Desde o início da semana, o técnico da seleção brasileira demonstrou preocupação com o palco do jogo seguinte. Na segunda-feira, Tite fez questão de visitar a Arena do Grêmio para verificar a situação do gramado e saiu decepcionado.
Como não ficou satisfeito, fez questão de retornar na terça-feira, com esperanças de que houvesse melhora significativa. A evolução não foi como esperada e, desde então, passou a se preparar para um baixo desempenho na quinta-feira.
O gramado da Arena
O mandatário da seleção canarinha não foi o único a expor sua preocupação com o gramado da Arena. Na verdade, desde jogos anteriores os participantes da Copa América discutem como as condições para jogo estão negativas.
Para o Comitê Organizador Local – COL, equipe responsável pelo torneio no Brasil, foi melhor poupar o campo gremista para o dia do jogo. Dessa forma, o reconhecimento que as equipes geralmente fazem do gramado na véspera do confronto, não aconteceu.
Essa decisão partiu da própria Conmebol, o que contrariou seu protocolo. Afinal, o protocolo da organização determina que aconteçam treinos no campo que receberá o jogo seguinte. Entretanto, como as condições eram muito precárias, preferiram poupá-lo para o confronto.
As atividade de treino da seleção brasileira e da seleção paraguaia tiveram que ser realocadas para o centro de treinamento gremista.
Em jogos anteriores, o campo da Arena do Grêmio foi muito criticado. As críticas vieram, principalmente, de argentinos e uruguaios. Os jogadores do Barcelona, Messi e Suárez, chamaram atenção quando se pronunciaram. Atribuíram o baixo desempenho de suas seleções, durante a fase de grupos, ao gramado.
“A bola quica mal. O campo estava muito ruim. Todos os gramados em que jogamos estavam muito ruins. É muito difícil de jogar, precisa de tempo para parar a bola, mas temos que passar por isso para conseguir jogar”, disse Messi.
A administração do estádio explica
Após as críticas recebidas, a Arena Porto Alegrense, equipe responsável por cuidar da manutenção do estádio, emitiu nota.
No posicionamento, o grupo de trabalho não negou a qualidade atual do campo e atribui a realidade às condições climáticas de Porto Alegre e ao uso frequente do gramado durante a Copa.
Entretanto, o gramado passou por um período de 16 dias sem uso em atividades futebolísticas. Esse intervalo ocorreu para que pudesse haver preparação para receber os confrontos da Copa América.
Atuação da seleção brasileira no campo
Ontem, a classificação da seleção em cima do Paraguai foi sofrida. No tempo regular de jogo, as equipes mantiveram um empate, em 0x0. A decisão da eliminatória precisou evoluir para os pênaltis.
Apesar do alívio em ser classificado, Tite não ficou muito feliz com o trabalho desempenhado em campo pela seleção. Para ele, o gramado prejudicou muito o time e na coletiva de imprensa após o jogo, não guardou as críticas.
“Em pelada, de vez em quando, a gente vai jogar na grama sintética. E a bola fica pipocando. Eu vi o Renato Gaúcho falando sobre isso. Eu vou te dizer mais. É inconcebível eu vir na segunda-feira aqui, olhar para o gramado e ver cinco pessoas trabalhando e uma delas de folga. Eu venho de novo na terça-feira, as mesmas cinco pessoas trabalhando e o gramado inteirinho prejudicado. Nos cobrem de acerto de passe e finalização, é um direito, o técnico tem que responder. Mas cada um tem a sua responsabilidade. Me deem condições de campo!”
E continuou:
“Eu posso fazer trocas de passes quando tiver um gramado bom. Agora, eu posso falar e vou falar: é absurdo jogar assim em alto nível em um campo com tantas dificuldades para tocar. A bola entra no pivô e tem que dar três toques para jogar. É absurdo a qualidade do gramado. O alto nível não concebe isso em qualquer lugar. Esse tipo de gramado… Sem justificar nada, mas falando da qualidade do espetáculo… A troca de passe fica sempre em dois, três tempos”