Infelizmente, nem sempre as mulheres tiveram espaço nas olimpíadas, na realidade, quando as olimpíadas começaram, lá em 776 a.C., na Grécia Antiga, as mulheres não podiam nem assistir aos jogos, quem dirá participar.
As olimpíadas sumiram por um tempo, quando a Grécia Antiga chegou ao fim, e então voltaram em 1896, em Atenas capital da Grécia, já mais ou menos no mesmo formato como a conhecemos atualmente.
A competição voltou em 1896 com algumas mudanças e novos esportes, mas algo permaneceu igual por muitos anos. As mulheres ainda estavam proibidas de participarem dos jogos e a luta continuou por um tempo.

Quer saber como foi a jornada das mulheres nesses anos das olimpíadas, alcançando cada vez mais destaque e relevância no esporte?
Mulheres proibidas, realidade na Grécia Antiga.
Como foi comentado no começo, os jogos começaram em 776 a.C., eram as Panatéias, que aconteciam em Olímpia, uma cidade da Grécia Antiga, Era um evento religioso em homenagem aos deuses, principalmente Zeus.
Mas, nesta época, se uma mulher casada fosse vista assistindo um jogo, a pena poderia ser a morte! A menos que fosse uma sacerdotisa, como elas eram “mensageiras dos deuses” e, na tradição grega levavam boa sorte, por isso eram permitidas.
Na realidade, mais do que permitidas, as sacerdotisas que eram as responsáveis pela entrega da coroinha de oliveira para os vencedores.
Pequena curiosidade da era grega
Uma história que ganhou um certo destaque, é da mulher chamada Kallipateria, que treinou seu filho Pisidoros, um lutador de boxe.
Ela poderia ter morrido por fazer isso, por isso, se vestia como homem para assumir o papel, exceto quando o filho ganhou, então ela se expôs ao público. Como seu pai, irmão e filho foram os campeões ela foi poupada da morte
Com a queda da Grécia Antiga, as olimpíadas chegaram ao fim, mas…
1896 Olimpíadas voltam, mas as mulheres continuam fora
No ano de 1892 Pierre de Frédy levanta a bandeira das Olimpíadas, e depois de algumas reuniões, em 1896, na cidade de Atenas capital da Grécia, como uma Phoenix, ela ressurgiu das cinzas, ainda mais forte e influente que na sua origem.
Mas, a luta para as mulheres ainda estava no começo. Pierre de Frédy, o barão que estava a frente dos jogos no começo, defendia que os jogos deviam seguir as mesmas premissas de sua origem, inclusive, foi por isso que a primeira edição aconteceu na capital grega.
Então, assim como no começo, as mulheres ainda não podiam participar. Bem, agora podiam assistir, o que, querendo ou não, já foi um avanço.
Vale ressaltar, que Pierre de Frédy reconhecia que as mulheres deveriam ter uma educação esportiva e incentivava a competição entre elas, só que, se tratando das olimpíadas, a tradição era mais importante, até mesmo por questões culturais e antropológicas da época.
O ano é 1900 e o cenário começa a mudar, ou quase
Quatro anos depois, em 1900, algumas mulheres participaram dos jogos! Mas foi mais por uma falta de organização do que uma mudança na cultura.
Contudo, não muda o fato de que elas participaram e isso impulsionou a visibilidade das mulheres, que competiram em só em dois esportes, o tênis e o golfe (esportes “bonitos” e sem muito contato físico) e eram consideradas participantes extra-oficiais, então nem a coroa de oliveira elas ganhavam.
Aos poucos, a mudança cultural foi acontecendo no Comitê Olímpico Internacional (COI) e as mulheres foram ganhando espaço e passaram a participar de algumas modalidades, apenas aquelas com pouco contato físico. Nada de judoca por enquanto.
Surge a Federação Esportiva Feminina Internacional (FEFI)
Em 1917, Alice Milliar criou a FEFI, para que as mulheres tivessem a oportunidade de competir no atletismo também, e os primeiros jogos femininos, pela FEFI, aconteceram em 1922 e como fez sucesso, a dose se repetiu em 1926 e 1930. Em 1932 foram os primeiros jogos femininos mundiais.
Em 1936, por conta do sucesso que estava fazendo, a COI finalmente começou a dar atenção às mulheres e elas entraram oficialmente nas Olimpíadas!
As mulheres foram ganhando espaço aos poucos e apenas em 2012 as mulheres passaram a disputar em todas as modalidades. Inclusive, o Brasil é um grande destaque em muitos esportes, como o futebol.