Jogadora reclama da discrepância de patrocínio pago a homens e mulheres atletas
Após a derrota do Brasil para a Austrália na última quinta-feira (13), em uma partida da Copa do Mundo feminina, a jogadora Marta entrou no estádio sem usar a chuteira padrão preta com patrocínios.
No lugar, ela entrou com uma chuteira com duas listras azul e rosa em referência ao movimento “Go Equal”. Marta reclama da discrepância entre os pagamentos das marcas para jogadores homens e jogadoras mulheres e escolheu não ser patrocinada até que o pagamento seja semelhante.
Em comemoração ao primeiro gol marcado pela jogadora na partida contra a Austrália, ela levantou sua perna direita e apontou para sua chuteira com as listras azul e rosa e, com a cara fechada, a jogadora encarou as câmeras em pleno jogo. As outras jogadoras do time aparentavam estar comemorando o gol feito pela aliada.
“Go Equal” é o nome da causa simbolizada na chuteira de Marta. Trata-se de um movimento que luta contra a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade. Ao realizar o primeiro gol contra a Austrália, a jogadora também bateu mais um recorde: Marta realizou gols em cinco edições da Copa do Mundo feminina, tornando-se a única jogadora em toda a história a fazer isto. Lembrando que a façanha envolve tanto o futebol masculino quanto o feminino.
Este tipo de protesto é esperado de Marta, Embaixadora da ONU Mulheres, que já protesta há muito tempo sobre a discrepância de salários e recompensas entre homens e mulheres no esporte.
A jogadora Andressinha, entretanto, falou ao UOL com uma visão otimista sobre o assunto em relação ao futuro: “Esse ano, teve umas três ou quatro. Isso só para mim, fora as outras que tiveram outras oportunidades. Não é exatamente patrocínio, mas um acorda para você aparecer para fazer uma propaganda para eles. É remunerado, né? E é algo que eu não tinha em 2015”, disse a jogadora para o repórter, falando da realidade atual em comparação à última edição do campeonato.
Marta também se pronunciou enquanto explica que a cena aparenta estar melhorando para o futebol feminino, mas ainda não é o suficiente. Segundo a mesma, ela vem recebendo propostas de patrocínio de grandes empresas. Contudo, as empresas não querem dar o mesmo valor ao futebol feminino que dão à modalidade masculina. Este parece ser o cerne do problema de Marta, o que a motivou a promover tal protesto.
O Brasil chegou a abrir um bom jogo contra a Austrália na quinta-feira (13), com um 2 a 0. Entretanto, antes de que terminasse o primeiro tempo, o jogo foi rapidamente para um 2 a 1. No segundo tempo, a jogadora Marta não atuou. Por fim, o Brasil perdeu o jogo de virada da Austrália, com dois gols consecutivos marcados pelo time, finalizando o segundo tempo com um 3 a 2 para a Austrália.
O próximo jogo da seleção brasileira de futebol feminino está marcado para esta terça-feira (18) e será contra a Itália. Esse terceiro jogo acontecerá às 16h, pelo horário de Brasília.