Atlético Mineiro anuncia aposentadoria de Adilson

Hoje, o Clube Atlético Mineiro fez um anúncio inesperado. O volante Adilson, de 32 anos, irá encerrar sua carreira como jogador. O comunicado aconteceu em uma coletiva de imprensa nesta tarde na Cidade do Galo.

Segundo a equipe médica do Atlético, foi diagnosticado que Adilson possui uma cardiomiopatia hipertrófica e não tem condições de continuar jogando. Na coletiva, também marcaram presença o médico Rodrigo Lasmar, o diretor de futebol Rui Costa e o cardiologista Haroldo Aleixo.

Adilson
(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A análise da equipe médica

No último sábado, a assessoria de imprensa do clube mineiro disse que Adilson estava resolvendo alguns assuntos pessoais e, por isso, havia sido liberado dos treinos. Porém, ontem, na disputa pelo clássico com o Cruzeiro, Adilson não foi escalado para o jogo. Nem mesmo no banco de reservas o jogador estava presente. A ausência causou estranheza.

A descoberta da condição de Adilson aconteceu no recesso dos clubes para a Copa América. Para explicar a situação ao público, Haroldo Aleixo e Rodrigo Lasmar foram chamados para a coletiva.

“Fizemos uma avaliação na intertemporada que caracterizou uma cardiomiopatia, uma doença cardíaca que o impede de seguir como atleta profissional de futebol. A partir desse momento, nossos primeiros cuidados foram discutir com outros dois médicos sobre diagnóstico e a conduta. Houve uma unanimidade em definir por abreviar a continuidade da carreira do Adilson como atleta de futebol” disse Aleixo, cardiologista presente na coletiva.

Para entender melhor a seriedade da situação de Adilson, é válido relembrar o caso do zagueiro Serginho, do São Caetano. Em 2004, Serginho jogava uma partida contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro e teve um mau súbito no campo. Na autópsia, ficou esclarecido que o zagueiro também tinha uma cardiomiopatia hipertrófica.

Adilson se despede

Na coletiva, Adilson não mediu palavras para expressar gratidão ao clube e aos companheiros. Com a voz embargada, o volante disse:

“Não preparei nada em especial. Vim aqui só para agradecer todo o apoio, todo o suporte do departamento médico, do presidente. Agradecer essa rapazeada que está aqui. É isso o que nos fortalece. Eu agradeço todos vocês por tudo o que vocês têm feito. Não só por este momento, mas por tudo o que passamos pelos últimos anos.”

E continuou:

“Tenho recebido uma série de mensagens nas últimas horas e não pude responder ninguém ainda. Esperei este momento. Estou bem. Queria tranquilizar a todos da minha família e amigos, a todos os que estão aqui. Não tive nenhuma reação física desse processo todo aqui. Vinha treinando e me preparando para o clássico. Agora a vida vai seguir, vou seguir no dia a dia do clube”

A carreira de Adilson iniciou no Grêmio. Após o período de 2007 a 2011 no clube gaúcho, o volante passou cinco anos no futebol estrangeiro, defendendo o Terek Grozny, time da Rússia. Pelo atlético, Adilson pôde marcar dois gols em 97 partidas jogadas.

Sem saber que estava prestes a se despedir, Adilson entrou em campo pela última vez no dia 13 de junho deste ano. No jogo, o Atlético empatou com o São Paulo e o volante esteve presente durante 85 minutos.