Em competições de grande porte como Olimpíadas, Copa do Mundo e Pan-Americano, as entidades organizadoras precisam estar muito atentas às delegações dos países. O maior risco para as disputas é acabar deixando passar despercebido os casos de doping, que conferem vantagens indevidas a certos participantes.
Na última sexta-feira, o Pan-Americano de 2019 registrou o seu primeiro caso de uso de drogas para elevar o desempenho na competição. O participante, Andrey Joel Pérez, é da delegação da República Dominicana e estava disputando a modalidade de beisebol.
Caso de doping é único na competição
Demorou para aparecer o primeiro caso de doping da décima oitava edição dos jogos Pan-Americanos. A três dias do encerramento da competição, foi confirmado que Andrey Pérez, jogador de beisebol da seleção dominicana estava usando a substância oxandrolona.
Atualmente, o composto é terminantemente proibido pela Agência Mundial Antidoping – na sigla em inglês a entidade é conhecida como Wada. Essa substância, que é um anabólico, é um composto sintético originado da testosterona.
No comunicado fornecido pela organização do Pan, não foi especificada a data de realização de exames. Também não foi confirmado se foram realizadas as análises da amostra B de Andrey. Até o momento, já foram completados 1.197 exames nesta edição dos jogos e este foi o único caso positivo.
Apesar do ocorrido, o jogador será o único prejudicado, livrando a seleção dominicana de beisebol de quaisquer sanções. As partidas da equipe na competição só seriam anuladas no caso de haver mais um outro caso de doping entre os jogadores dominicanos. No fim das disputas de beisebol, a equipe de Andrey terminou na quinta posição.
Edição histórica de exames
Em toda trajetória de exames já realizados pelo Pan, este ano foi o que mais teve registros de testes em toda história do torneio. A credencial do atleta dominicano já foi cassada, de modo que ele está automaticamente eliminado de disputas futuras em Lima.
Até agora no Pan de Lima, já foram recolhidos 670 exames no término das disputas. Fora do torneio, foram realizados outros 527 exames. Porém, a organização do evento assegura que a maioria desses testes ainda estão em andamento. Dessa forma, até o dia de encerramento da competição, será possível ter a divulgação de novos resultados positivos.
“A organização está comprometida a fornecer as informações assim que novos casos forem confirmados e todos os processos serão conduzidos de acordo com nossos padrões e regulamentos”.
Ciclismo brasileiro corre risco de suspensão
Nesta edição do Pan, uma modalidade que está em risco para o Brasil devido aos casos de doping é a do ciclismo. A seleção brasileira pode ser suspensa como país por conta da possibilidade de serem registrados uma série de atletas que utilizaram substâncias indevidas.
Devido à grande quantidade de atletas brasileiros na mira da fiscalização, a União Ciclística Internacional está cogitando uma sanção extrema. Nos mesmos moldes da Federação Internacional de Levantamento de Pesos, a entidade quer vetar a participação de participantes de ciclismo do Brasil em competições internacionais.
David Lappartient, que é o presidente da UCI, afirmou em entrevista ao UOL:
“É possível que esse seja o caminho para um país com mais casos de doping, como o Brasil e outros países da América do Sul, incluindo uma potencial suspensão. Estamos trabalhando com as federações nacionais, incluindo o Brasil, para tentar reduzir esse números. Se tivermos muitos casos positivos, podemos suspender, sim, mas ainda temos alguns passos antes de uma medida assim radical”